Namorada de Pedro Dom: saiba quem é
A história de um dos criminosos mais conhecidos do Rio de Janeiro voltou à tona graças a uma série de streaming que viralizou por aqui. Todo mundo já escutou falar do líder das invasões a prédios chiques, aquele cara carismático que parecia ter saído direto de um filme. Mas agora, além da ação e da audácia, a vida dele vira quase novela, com direito a muitos detalhes sobre as relações pessoais — especialmente a parceira dele, que também foi importante nos crimes.
Se você já assistiu à série, deve ter notado que nem tudo ali é exatamente como a história real. A adaptação decidiu dar uma roupagem diferente para a companheira dele. Nos fatos, quem estava ao lado do protagonista era Bibiana Roma Correia, mas na tela ela virou Jasmin, interpretada por Raquel Villar. A produção preferiu mostrar um lado mais emocional da parceira, mas quem lê os registros policiais percebe uma figura bem mais estratégica.
No fundo, essas mudanças sempre levantam aquela questão: até que ponto é válido mudar a maneira como vemos personagens reais? Principalmente porque, no fim das contas, muita gente fica mais interessada nos bastidores da vida e dos amores de gente polêmica do que nas ações em si. Tem gente, aliás, que adora discutir onde termina a licença poética da TV e começa o respeito pela história real.
Claro, o debate não termina aí. A influência das relações pessoais nesses casos sempre existiu, mas, quando viram série, ganham uma camada a mais de interesse popular. Na prática, a gente se pega pensando se não romantizaram demais o que, nos fatos, era uma parceria criminosa bastante planejada.
Contexto da vida de Pedro Dom
Pedro Dom nasceu em 1981 e, em pouco tempo, deixou sua marca no Rio de Janeiro. Com só 23 anos, teve uma vida ao mesmo tempo intensa e cheia de contradições. Apesar de vir de família de classe média, escolheu a vida fora da lei e rapidamente ficou conhecido por sua ousadia.
Ele e o grupo dele inovavam nos assaltos a apartamentos em bairros nobres. Faziam de tudo: desde escalar prédios até bolar rotas de fuga dignas de filme policial. Não faltava preparo físico nem cabeça fria para esses crimes. Não à toa, ganhou o apelido de “bandido gato” — não só pelo visual, mas pela agilidade surpreendente.
Tinha ainda o detalhe da família: o pai era policial aposentado. Imagina o drama pessoal disso, pai e filho vivendo extremos opostos. Mesmo depois da morte dele, em 2005, a imagem continuou viva graças a documentários, comentários em jornais e, recentemente, a série. O assunto segue rendendo muita conversa sobre crime, violência e os limites entre o real e a ficção.
Quem era a namorada de Pedro Dom?
Por mais que a versão da TV mostre uma parceira sensível e emotiva, nos registros reais Bibiana Roma Correia era muito mais do que isso. Cinco anos mais velha que Pedro, ela atuava ativamente na liderança das ações, quase como uma espécie de mentora que dava o tom do grupo. Escolher os prédios, planejar rotas de fuga, prestar atenção em detalhes — tudo passava pelo crivo dela.
Enquanto a série coloca Jasmin como uma grávida apaixonada, a polícia enxergava Bibiana como uma estrategista fria, que sabia esconder sua própria identidade. A atração da série por um romance dramático acabou dando uma suavizada numa relação que, no fundo, era bastante fria e pragmática.
Depois que Pedro morreu, Bibiana ficou foragida por cinco anos. Nesse tempo, mudou de nome, de cidade, tudo para não ser encontrada. Só foi pega em 2010. Isso mostra que ela dominava o funcionamento do submundo, sabia como sumir sem deixar rastros — algo que realmente não é comum.
Esse contraste entre a vida real e o que chega pra gente nos filmes ou séries é curioso. Traz discussões sobre como a imagem das mulheres nesses contextos costuma ser transformada, muitas vezes tornando vilãs em símbolos de romance ou sofrimento trágico. E aí dá até para pensar em quantas outras histórias já não tomaram esse mesmo caminho na ficção.
A influência da namorada nos crimes
O que muita gente não imagina é o quanto Bibiana, na prática, era peça chave na engrenagem dos roubos. Ela cuidava da parte tática das invasões: era quem traçava o mapa dos prédios, avaliava as vulnerabilidades e pensava nos melhores horários para entrar e sair sem levantar suspeita.
Fora isso, ainda dava show na hora de fugir. Era praticamente o cérebro por trás da escolha das rotas de fuga, dominava os atalhos da cidade e sabia driblar bloqueios. Se fosse um jogo de videogame, ela seria a jogadora mais experiente — inclusive por dirigir nos horários em que as ruas ficam menos movimentadas.
Ela não deixava passar nada. As decisões mais importantes passavam por ela antes de serem colocadas em prática. Quem cresceu ouvindo que quadrilhas sempre são comandadas por homens acaba se surpreendendo ao ver esse tipo de liderança feminina. Quando ela desapareceu, os investigadores dizem que o grupo ficou perdido, a ponto de perder eficiência nas ações.
Ficar foragida por tanto tempo, sem ser pega, não é para qualquer um. Isso mostra que ela tinha realmente um bom conhecimento do mundo criminal, além de uma rede de apoio para ajudá-la nesse período.
Como a série DOM impactou a mídia e o público
A série brasileira da Amazon Prime Video virou um marco. Foi a produção em língua não inglesa mais assistida da plataforma. Isso mostra o quanto histórias daqui, quando bem contadas, conseguem ganhar o mundo — e que a vida real às vezes é mais interessante do que muita ficção de fora.
As gravações rolaram até em locais inesperados, como Amazônia e Uruguai. A relação entre pai e filho, vivida por Flávio Tolezani e Gabriel Leone, acabou sendo um dos grandes destaques e levou muita gente a discutir os limites éticos de transformar casos reais em entretenimento.
Um detalhe curioso é a polêmica sobre a maneira leve com que o protagonista é retratado. O diretor Breno Silveira trouxe sua visão, misturando crítica social e um tom de thriller, tornando DOM um fenômeno até entre quem normalmente não se interessa por séries nacionais.
Já na segunda temporada, a trama de Jasmin grávida reforça a mistura entre drama familiar e suspense policial. O sucesso na plataforma mostrou que, quando uma história tem produção boa e personagens complexos, ela cruza fronteiras rapidinho.


